quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

"O livro negro das cores", de Menena Cottin e Rosana Faría

       Este livro é uma belíssima ferramenta de ensino de grande valor ético, um puro prazer para todos os leitores. As duas autoras conseguiram transformar a vibração da cor em límpidas sensações tácteis (...). Ao mesmo tempo, é um livro inteiramente conseguido e de um enorme valor estético para quem vê. A contida elegância da ilustração é o resultado de uma profunda pesquisa e um vasto conhecimento cultural.
          Distingue-se pelo modo como, implicitamente, tanto do ponto de vista do texto como das ilustrações, recria e tematiza a cegueira. Protagonizada por Tomás, a narrativa dá conta da forma como a criança interage com o universo que a envolve e percepciona as cores, associando-as a sentidos inesperados, como o gosto, o tacto, a audição e mesmo o olfacto. O título do livro, assim como a opção por uma técnica de ilustração que promove o toque, sem deixar de estimular a visão, são outros elementos que arquitectam a subtileza do volume. Destinado a todos os leitores, independentemente das suas limitações visuais, este álbum narrativo apela também a um olhar mais solidário e mais integrador das diferenças.
(Informações retiradas daqui)


O 4.º A contact(e)ou O Livro Negro das Cores, na passada segunda-feira. 
Com a proximidade do dia 3 de Dezembro, Dia Internacional da Pessoa Portadora de Deficiência, temos que alertar as crianças para a diferença e, nomeadamente, aceitar e conviver com a diferença. Assim, a professora bibliotecária alertou a turma para este tema, leu a obra citada e o livro circulou pela Biblioteca para que todos os alunos "sentissem" as páginas e tacteassem o código Braille. Todos tentaram escrever o nome próprio em Braille e descreveram as cores. Vejam lá o resultado:

"Segundo Tomás, o amarelo sabe a mostarda, mas é macio como as penas dos pintainhos."
O amarelo é a palha seca que que me aquece quando tenho frio. 
O amarelo é quente como o Sol a brilhar, como os raios que vêm do céu.
O amarelo sabe a banana.
O amarelo cheira a baunilha.

"O vermelho é ácido como um morango e doce como uma melancia, mas dói quando aparece o joelho arranhado."
O vermelho sabe a tomate.
O vermelho é vitorioso como o S.C. Braga e cheira a rosas.
O vermelho cheira a Natal, é gordo e feliz como o fato do Pai Natal.
O vermelho é a cor dos olhos dos vampiros.
O vermelho sabe bem como o ketchup.

"O castanho estala debaixo dos seus pés quando as folhas estão secas."
O castanho cheira a terra molhada e a caramelo.

"O Tomás diz que o azul é a cor do céu quando o Sol lhe aquece a cabeça."
O azul está no meio das nuvens.
O azul sabe a mar e cheira a maresia.
(...)
O preto é escuro como o carvão, não consigo ver nada.
O preto anuncia trovoada.
O preto mete-me medo!
O preto para mim não chega a ser uma cor.
O preto é uma cor muito aborrecida.

O verde é divertido como a relva, quando rolo nela.
O verde custa a comer como os legumes.
O verde é nacional como a bandeira de Portugal.
O verde é fresco como o gelado de limão.
O verde é salgado como as algas.
O verde é vivo e alegre como a Natureza.

O roxo é doce como as romãs.

O branco é a neve que cai do céu.
O branco traz a paz.
O branco lembra-me a folha de papel vazia.